Quem viaja com uma certa frequência já está acostumado com perguntas do tipo De onde você é?, Tá viajando a trabalho ou a lazer?, Tá gostando da nossa cidade? (essa geralmente feita no máximo 5 minutos depois que você desceu do avião ou do ônibus - risos) etc etc. No meu caso, assim como acredito que seja de outros profissionais da fotografia, soma-se às já citadas uma outra, não menos intrigante --> Vai fazer o quê com esta foto?
Digo intrigante porque quem se arvora a perguntar isso (já chegamos nos exemplos) parece ignorar que, de atividade muito específica até a virada do milênio, hoje a fotografia literalmente invadiu todos os espaços e momentos de nosso dia, basta haver alguém com um celular em mãos (e onde é que não há?, me digam).
É claro que a pergunta pode vir num tom casual, tipo você está num parque, e aí alguém que você recém conheceu, ou que apenas viu você ali fotografando a paisagem, chega e lhe pergunta, por curiosidade mesmo. Dependendo da abordagem, ou do meu humor na hora, a resposta pode variar de pro meu acervo pessoal até algumas devem ir pro meu blog (e aí já aproveito pra divulgar este espaço - modo marqueteiro ativado ;) Considero esse tipo de abordagem tranquilo e até natural.
O que me intriga mesmo é uma abordagem como a que recebi anteontem ao iniciar a visita ao Museu de Arte de Mato Grosso (visita esta que já rendeu o post de ontem)(a foto que ilustra o post foi feita na manhã de 11 de agosto, é uma vista aérea do Museu, feita do mirante no alto do Palácio Alencastro). Bastou eu tirar a câmera da minha sacola para a atendente me pedir para assinar um termo, no qual eu devia informar todos os meus dados, além de declarar o uso futuro das fotos (escrevi que seria para veiculação neste blog e em minhas redes sociais; futuramente, em casos semelhantes, se houver, vou adotar como padrão "veiculação na internet", o que me deixa menos restrito). Aproveitei - lóóógico - para comentar que nunca tive que assinar nada parecido antes na vida, mas convenhamos, apesar de estranha, não considerei a exigência descabida. No caso, me parece apenas que o Museu está na contramão da tendência mundial de estimular o registro de selfies ao lado de obras do acervo, como os maiores museus do mundo estão fazendo, o que os torna ainda mais conhecidos - sim, porque não acredito que um estudante que eventualmente visite o Museu em Cuiabá irá assinar um termo assim, apenas para fazer uma ou duas fotos suas ou de algum(a) colega ao lado de uma obra em exposição.
O que considero descabida, e no limite do intolerável, foi uma abordagem que recebi ainda em junho, poucos dias após chegar a Maceió. Estava dentro de um centro comercial a duas quadras da praia de Pajuçara quando me deparei com um cartaz no mínimo muito curioso, no qual uma empresa informava o que ela não fazia - no caso, não fazia empréstimos consignados, coisas do tipo. Fiz a foto do cartaz e me dirigi para a saída do prédio, quando um segurança me abordou com a pergunta-título deste texto. Deduzi que era um segurança pelo modo da abordagem, embora ele não estivesse uniformizado, o que talvez tenha me levado a responder algo como "Para nada, é para mim, eu faço fotos de coisas que acho curiosas". Não satisfeito (evidentemente!) com esse tipo de resposta, ele já localizou numa mesa do café próximo o dono do estabelecimento cujo cartaz eu fotografara e o chamou, enquanto eu seguia pela escada, rumo à saída do prédio. Porém antes que eu conseguisse sair o dono se aproximou e ficou em meu caminho, repetindo-se as perguntas já feitas. Não adiantou eu dizer que não havia cartaz algum proibindo fotos no interior do prédio (sempre que há, eu acato a determinação), mostrar as outras fotos que havia feito no trajeto até ali (todas de árvores, da praia e do pôr-do-sol), nem mesmo apagar a foto que estava gerando a discórdia. Nesse meio tempo, juntou-se ao grupo o chefe da segurança do prédio, este sim uniformizado. Os três formavam uma barreira que me impedia de sair, e seguiam com as mesmas perguntas. A bem da verdade, devo dizer que nenhum deles encostou em mim, nem me ameaçou formalmente, mas foram cinco ou talvez dez minutos muito tensos, que não se encerraram antes do dono do estabelecimento me perguntar se podia me fotografar (respondi que sim), acrescentando que podiam me deixar ir, porque ele já havia me "fotografado" em sua memória. Esse realmente é o tipo de atitude que não acredito que traga algum benefício para quem quer que seja. Se não querem fotos, bastaria colocar um cartaz em local visível.
Não tão amedrontadora, mas de todo modo bastante discutível, foi outra abordagem que recebi de uma profissional de segurança de um shopping center em Belém, creio que em abril último. Nesse shopping há uma joalheria chamada "Fábio" e da qual fiz um rápido registro com meu celular, postando em seguida no meu Facebook pessoal. Enquanto descia pela escada, a segurança me abordou chamando "Psiu, psiu" - abordagem que considero inadequada, o que lhe disse tão logo constatei que era a mim mesmo que ela chamava. Muito longe da truculência da abordagem referida acima, a segurança apenas me informou que não era permitido fazer fotos de lojas do shopping, ao que eu perguntei onde isso estava escrito, respondendo-me ela que se trata de "uma norma interna". Concluí dizendo que não há como os frequentadores do shopping obedecerem normas das quais eles não têm conhecimento, e segui descendo, não sem pensar no absurdo que era a pessoa me dizer isso, quando na praça de alimentação a cada minuto são feitas dezenas de fotos (que, logicamente, acabam pegando fachadas de lojas)!
É claro que a pergunta pode vir num tom casual, tipo você está num parque, e aí alguém que você recém conheceu, ou que apenas viu você ali fotografando a paisagem, chega e lhe pergunta, por curiosidade mesmo. Dependendo da abordagem, ou do meu humor na hora, a resposta pode variar de pro meu acervo pessoal até algumas devem ir pro meu blog (e aí já aproveito pra divulgar este espaço - modo marqueteiro ativado ;) Considero esse tipo de abordagem tranquilo e até natural.
O que me intriga mesmo é uma abordagem como a que recebi anteontem ao iniciar a visita ao Museu de Arte de Mato Grosso (visita esta que já rendeu o post de ontem)(a foto que ilustra o post foi feita na manhã de 11 de agosto, é uma vista aérea do Museu, feita do mirante no alto do Palácio Alencastro). Bastou eu tirar a câmera da minha sacola para a atendente me pedir para assinar um termo, no qual eu devia informar todos os meus dados, além de declarar o uso futuro das fotos (escrevi que seria para veiculação neste blog e em minhas redes sociais; futuramente, em casos semelhantes, se houver, vou adotar como padrão "veiculação na internet", o que me deixa menos restrito). Aproveitei - lóóógico - para comentar que nunca tive que assinar nada parecido antes na vida, mas convenhamos, apesar de estranha, não considerei a exigência descabida. No caso, me parece apenas que o Museu está na contramão da tendência mundial de estimular o registro de selfies ao lado de obras do acervo, como os maiores museus do mundo estão fazendo, o que os torna ainda mais conhecidos - sim, porque não acredito que um estudante que eventualmente visite o Museu em Cuiabá irá assinar um termo assim, apenas para fazer uma ou duas fotos suas ou de algum(a) colega ao lado de uma obra em exposição.
O que considero descabida, e no limite do intolerável, foi uma abordagem que recebi ainda em junho, poucos dias após chegar a Maceió. Estava dentro de um centro comercial a duas quadras da praia de Pajuçara quando me deparei com um cartaz no mínimo muito curioso, no qual uma empresa informava o que ela não fazia - no caso, não fazia empréstimos consignados, coisas do tipo. Fiz a foto do cartaz e me dirigi para a saída do prédio, quando um segurança me abordou com a pergunta-título deste texto. Deduzi que era um segurança pelo modo da abordagem, embora ele não estivesse uniformizado, o que talvez tenha me levado a responder algo como "Para nada, é para mim, eu faço fotos de coisas que acho curiosas". Não satisfeito (evidentemente!) com esse tipo de resposta, ele já localizou numa mesa do café próximo o dono do estabelecimento cujo cartaz eu fotografara e o chamou, enquanto eu seguia pela escada, rumo à saída do prédio. Porém antes que eu conseguisse sair o dono se aproximou e ficou em meu caminho, repetindo-se as perguntas já feitas. Não adiantou eu dizer que não havia cartaz algum proibindo fotos no interior do prédio (sempre que há, eu acato a determinação), mostrar as outras fotos que havia feito no trajeto até ali (todas de árvores, da praia e do pôr-do-sol), nem mesmo apagar a foto que estava gerando a discórdia. Nesse meio tempo, juntou-se ao grupo o chefe da segurança do prédio, este sim uniformizado. Os três formavam uma barreira que me impedia de sair, e seguiam com as mesmas perguntas. A bem da verdade, devo dizer que nenhum deles encostou em mim, nem me ameaçou formalmente, mas foram cinco ou talvez dez minutos muito tensos, que não se encerraram antes do dono do estabelecimento me perguntar se podia me fotografar (respondi que sim), acrescentando que podiam me deixar ir, porque ele já havia me "fotografado" em sua memória. Esse realmente é o tipo de atitude que não acredito que traga algum benefício para quem quer que seja. Se não querem fotos, bastaria colocar um cartaz em local visível.
Não tão amedrontadora, mas de todo modo bastante discutível, foi outra abordagem que recebi de uma profissional de segurança de um shopping center em Belém, creio que em abril último. Nesse shopping há uma joalheria chamada "Fábio" e da qual fiz um rápido registro com meu celular, postando em seguida no meu Facebook pessoal. Enquanto descia pela escada, a segurança me abordou chamando "Psiu, psiu" - abordagem que considero inadequada, o que lhe disse tão logo constatei que era a mim mesmo que ela chamava. Muito longe da truculência da abordagem referida acima, a segurança apenas me informou que não era permitido fazer fotos de lojas do shopping, ao que eu perguntei onde isso estava escrito, respondendo-me ela que se trata de "uma norma interna". Concluí dizendo que não há como os frequentadores do shopping obedecerem normas das quais eles não têm conhecimento, e segui descendo, não sem pensar no absurdo que era a pessoa me dizer isso, quando na praça de alimentação a cada minuto são feitas dezenas de fotos (que, logicamente, acabam pegando fachadas de lojas)!
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