NOTA: Concluída a republicação, neste blog, de antigos posts do blog Jornalismo Cultural com fotos de minha autoria ou em que a Fotografia é o assunto, passo a trazer para cá posts semelhantes do blog Som do Norte, em duas etapas. Inicio com um lote selecionado de postagens de abril de 2013 em diante. Em outro momento, farei uma garimpagem no período que vai de agosto de 2009, quando o blog entrou no ar, até abril de 2013.
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São Paulo - A cantora Luê fez na capital paulista nesta quarta, 17, o terceiro show da turnê de lançamento do CD A Fim de Onda (http://somdonorte.blogspot.com.br/2013/02/mapeamento-2013-fim-de-onda.html). O evento aconteceu na tradicional casa Tom Jazz, por onde já passaram os maiores nomes da música brasileira contemporânea. A plateia, não muito numerosa, estava repleta de formadores de opinião - as cantoras Márcia Castro e Roberta Sá, a jornalista Patricia Palumbo e o produtor Bernie Walbenny, além do pai de Luê, o músico Júnior Soares, e do produtor da artista, Betão Aguiar.
A turnê iniciou em Belém em 9 de março (leia o relato de Raissa Lennon em http://somdonorte.blogspot.com.br/2013/03/foi-show-lue-no-theatro-da-paz.html) e passou antes pelo Rio de Janeiro, no dia 20 do mês passado, para encerrar em Salvador no próximo sábado, 27.
Embora eu não tenha presenciado os dois shows anteriores, creio não incorrer em equívoco ao afirmar que a grande mudança foi a estreia na banda, neste show, do guitarrista Régis Damasceno substituindo ninguém menos que Felipe Cordeiro - diretor musical do show e um dos principais arquitetos do novo som de Belém. Régis se saiu bem da difícil missão na maioria das vezes. O restante da banda segue igual - Caetano Malta (guitarra), Klaus Sena (baixo), Da Lua (percussão) e o único paraense, Arthur Kunz (bateria). Mesmo tendo formação no jazz e trânsito maiores pelo rock e MPB, é Kunz (junto com a rabeca de Luê) que garante um caráter mais nortista ao som do espetáculo.
Luê se mostrou bem desenvolta no palco, traduzindo em gestos, olhares e inflexões de voz o conceito com o qual certa vez Betão Aguiar definiu o som dela para Patricia Palumbo - música sensual brasileira. De fato, uma certa picardia percorria boa parte do repertório, já a partir da canção-título "A Fim de Onda" (Luê - Betão Aguiar - Arnaldo Antunes) - Eu tô a fim de onda/ A fim de onda com você... - e atingindo o ponto máximo na releitura de Reginaldo Rossi "Em Plena Lua de Mel": Dizem que o seu coração/ Voa mais que avião/ Dizem que seu amor/ Só tem gosto de fel/ Vai trair o marido em plena lua de mel.
Tal clima de sensualidade foi, talvez, responsável por várias manifestações da plateia, que nos intervalos das músicas ia gritando "Gata!", "Linda!" etc., até que em dado momento a cantora pediu, bem-humoradamente: "Se controlem..."
O repertório incluiu, além das 10 músicas do CD, várias canções, a maioria de autores paraenses, como "Lua Namoradeira", de Dona Onete, "Mistério no Olhar", de Saulo Duarte, e "Nasci para Bailar" (do paraense Paulo André Barata em parceria com o acreano João Donato) - esta, com uma citação de "Baila Comigo", de Rita Lee. A maioria destas outras composições estavam dentro do clima do espetáculo, e foram bastante aplaudidas. A rigor, creio que as únicas canções fora do clima foram a canção francesa "La Vie en Rose" (Marguerite Monnot Louiguy - Edith Piaf), que Luê solou à rabeca, e "Namoradinha de um Amigo Meu" (Roberto Carlos), num arranjo bem rockão que de certo modo fechou o "momento pesado" do show, vindo logo após o boi-rock "Cavalo Marinho" (Renato Torres - Ronaldo Silva).
A maior desenvoltura de Luê no palco está de certa forma associada à maior ênfase na cantora que na instrumentista. A rabeca só esteve presente em 9 das 17 músicas - e em uma delas, "Prática", foi só para um arremate final.
Os momentos mais aplaudidos foram: "Sei Lá" (Felipe Cordeiro), "Nós Dois" (Júnior Soares - Ronaldo Silva) - neste a casa quase veio abaixo - , "Lua Namoradeira", "Cavalo Marinho" e "Mistério no Olhar".
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- Making-off do post - Publicado originalmente no Som do Norte em 20.4.13 com o título Foi Show: Luê em São Paulo.
- Último post de uma série em que acompanhei apresentações de músicos paraenses em outros estados (Amapá, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo) entre 2012 e 2013, época em que a música do Pará viveu um período de grande prestígio na mídia nacional.
- Na mesma viagem a São Paulo, visitei a exposição que gerou o post Ocupação Antônio Nóbrega decepciona, já republicado no nosso Arquivo.
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