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17/09/2016

2 anos da exposição As Tias do Marabaixo

Fotos: Prsni Nascimento -15.9.14


Na quinta, 15, completaram dois anos da abertura da exposição As Tias do Marabaixo no Amapá Garden Shopping (Macapá). A mostra reuniu 16 fotografias de minha autoria e esteve aberta ao público durante todo o horário de funcionamento do shopping, até o final do mês de setembro de 2014 - ou seja, 16 dias ininterruptos. 

É sem dúvida alguma o ponto alto até aqui da minha carreira como fotógrafo. Já defini este evento certa vez como a maior homenagem que já recebi (uma homenagem, aliás, no qual eu presto também a minha homenagem às Tias Biló, Chiquinha, Zefa, Zezé e à dona Natalina). 

Não foi a primeira exibição pública das fotos que fiz durante as filmagens das entrevistas com as Tias (realizadas em maio e junho de 2014 e filmadas pela equipe da Graphite Comunicação, que contratei). A exposição já havia sido mostrada em agosto no Barracão Dona Gertrudes do Berço do Marabaixo e na Escola Estadual Oneide Pinto Lima. Cheguei a propor à gerência de Marketing do shopping que fossem usados os banners que já estavam prontos, porém não foi difícil para Kelly Paulino, que me formulou o convite para expor, me mostrar que este material ficaria meio 'diluído' num espaço grande como os corredores do Garden. Por esse motivo, o shopping bancou o custo de novas ampliações das imagens, em papel fotográfico, sem adicionar seu logotipo ou qualquer outra coisa às fotos, e me presenteando com estas cópias ao final da mostra. Um gesto raro vindo de uma empresa, temos que convir.

Aliás, como um todo, a proposta do estabelecimento era muito além das minhas melhores expectativas - simplesmente foi criado um ambiente dentro do shopping para a exposição.  Quem chegava pela entrada principal primeiro via o cartaz (foto ao lado - a imagem escolhida apresenta Tia Chiquinha ao lado da dançadeira Laís Maciel) e mais adiante, ao final do corredor, encontrava o balcão onde posei para a foto feita pela amiga de sempre Prsni Nascimento, mais dois manequins (um adulto e um infantil) com roupas das dançadeiras do Marabaixo, cedidas por Celia Ayres, e as fotos, fixadas em cavaletes de madeira, cada uma com sua respectiva legenda, e sem nada mais que desviasse a atenção das imagens. Sobre o balcão havia ainda o livro de assinaturas dos visitantes, um manequim com uma das camisas das Tias (as camisas estavam à venda desde agosto; a princípio achei que a exposição iria impulsionar as vendas, mas só uma camisa foi vendida, e ainda assim no último dia) e os cartões-postais, outro presente que recebi do Amapá Garden. Os postais foram uma ideia da própria Kelly, que no dia da reunião onde combinamos tudo sobre a exposição, em 13 de agosto, já tinha prontos alguns modelos. No total, foram 5, que durante o período da mostra eram trocados por notas de compras dentro do shopping.


Kelly Paulino com os postais em homenagem
a Tia Zefa (à esquerda) e Natalina

Procurei estar todos os dias, ao menos por algumas horas, no shopping durante o período da exposição. Recebi a visita de algumas escolas e de duas turmas da Unifap (a Universidade Federal do Amapá, localizada exatamente em frente ao Garden), das professoras Piedade Lino Videira (autora de um importante livro sobre o Marabaixo, lançado em 2009: Marabaixo, dança afrodescendente: significando a identidade étnica do negro amapaense) e Iris Moraes. Várias equipes de reportagem também estiveram no local, seja me entrevistando, seja captando imagens. 

Porém nenhuma visita foi mais importante do que a de três das próprias homenageadas. Tia Zezé esteve presente na abertura (foto acima).

Posteriormente, também foram conferir a exposição as famílias de Tia Zefa e Natalina. 

Josefa Ramos e Tia Zefa - visita à exposição 
em 21.9.14 (Foto: Fabio Gomes)

Natalina apreciando o postal com  sua foto
- 28.9.14 (Foto: Fabio Gomes)


Após o final desta exposição, as fotos encomendadas pelo Garden não foram mais exibidas publicamente. Nas mostras seguintes - tanto aqui em Macapá, na Fortaleza de São José de Macapá e nas escolas estaduais Cecilia Pinto e Raimunda Virgolino, além da Unifap e do Centro Cultural Tia Biló; quanto na itinerância por Tocantins, Bahia e Rondônia -, os visitantes tiveram contato com os banners originais, que têm a vantagem de já terem impressa junto a cada imagem a sua respectiva legenda. 

Tenho certeza que a realização desta exposição, em especial nesse momento em que eu recém acabara de filmar as entrevistas, foi fundamental para a grande repercussão que o projeto As Tias do Marabaixo ganhou junto à sociedade macapaense, gerando mais adiante desdobramentos como o lançamento de uma série de cinco curtas-metragens, em 2015, já exibidos no Amapá, Tocantins, Bahia, Rondônia e Pará (além de mostrados parcialmente em emissoras de televisão do Amapá e do Pará) e o projeto do livro com uma seleção de fotos que fiz de festas de Marabaixo de 2013 até 2016. Estou trabalhando na finalização do livro; a edição propriamente dita depende da captação de valores, mas acredito que ele possa ser lançado até o próximo ano. O projeto será concluído com o lançamento do documentário de longa-metragem, que irá contar com material captado entre 2012 e 2016. Devido ao custo de finalização de um longa ser bastante elevado, não há como estimar no momento uma data para o lançamento deste filme. 


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