Hoje, dia de textão no blog, eu estava pensando em fazer um artigo abordando algum aspecto do mercado profissional para fotógrafos. Mas, desculpem, toda a objetividade pretendida foi descendo num samba a Ladeira da Praça quando comecei a vasculhar meu acervo de imagens feitas na Bahia ano passado.
(A justificativa objetiva para esse remelexo nos arquivos é um concurso promovido pela Wikipedia, que inscreve para a fase nacional até o dia 30 e dá prêmios em dinheiroooooo - além disso, os melhores da fase brasileira participam do concurso internacional. O Wiki Love Monuments foi considerado pelo Guiness Book, em 2011, o maior concurso fotográfico do mundo. Se joga!)
Minha estada em Salvador estava prevista para durar três semanas, sendo uma etapa da viagem dos 11.920 km em que buscava exibir os curtas-metragens e expor as fotos do projeto As Tias do Marabaixo. As três semanas, inclusive, foram pensadas para que eu pudesse ir a Jequié, onde já tinha agendado uma exibição dos curtas, e antes e depois de ir para lá fazer contatos na capital. Mas quando cheguei a Salvador, procedente de Palmas, já tinha uma sugestão para fazer aos amigos de Jequié: estrear lá a Oficina de Cinema Independente, cuja ideia me ocorrera exatamente durante a viagem de busão TO->BA!
A sugestão foi prontamente aceita, porém minha ida para Jequié, que devia acontecer perto do dia 15 de agosto, acabou ficando para meados de setembro. Utilizei esses 30 dias para preparar o material do curso; ao voltar do interior, decidi ficar mais um mês na capital para divulgar a nova atividade a instituições culturais de Salvador, públicas ou privadas, visando sua contratação. Desse modo, das 3 semanas previstas, minha estada na Bahia acabou durante praticamente 3 meses.
Nem preciso dizer que foi um trimestre maravilhoso, e foi a um certo custo que peguei o ônibus rumo a Goiânia, em meados de outubro. O resultado em termos de Foto & Cinema? Ter estruturado e estreado a Oficina; expor as fotos e exibir os curtas das Tias numa sessão para estudantes na Biblioteca Pública da Bahia; dirigir e lançar um novo curta-metragem (Você é África, Você é Linda); e formar um acervo invejável com aproximadamente 1.500 fotos de Salvador, Jequié, Itaparica e Ilha dos Frades. Quase todas feitas com a intrépida Nikon S3500.
Eu havia deixado a Canon T3i Rebel em Macapá, já que ela emperrara em maio, às vésperas da viagem. Quando vi que iria ficar um tempo beeeeem razoável em Salvador, pedi à amiga e colega Mary Paes, com quem deixara o equipamento, para me enviar a Canon. Com a câmera em mãos, acabei descobrindo uma triste verdade: embora as empresas (estrangeiras) que fabricam equipamentos fotográficos os vendam no Brasil todo, em muitos poucos lugares eles têm de fato assistência técnica autorizada. A Canon, por exemplo, só tem autorizados em São Paulo e Porto Alegre (ou ao menos era o que tinha ano passado, segundo o site deles próprios). Duas cidades só nesse país imenso!!!!
Enfim, acabei deixando a Canon aos cuidados de um técnico na Rua Chile, que me devolveu a câmera desemperrada (ou seja, ela voltara a fotografar), mas sem conseguir filmar continuamente mais que 8 segundos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! :P
Preferi então deixar o equipamento à venda ali na loja dele mesmo, e pouco antes de sair da Bahia me desfiz da Canon, depois de menos de dois anos (eu a adquiri em dezembro de 2013, considero um tempo muito curto de vida útil). O próprio técnico acabou me aconselhando a investir em Nikon, já que (palavras dele) "Nikon não estraga".
Entardecer na Ladeira do Pelourinho - ago/15
Mais acima: Pôr-do-sol visto do Elevador Lacerda
para a Baía de Todos os Santos, tendo ao fundo a ilha de Itaparica - ago/15
(a foto parece ser em preto e branco, mas não é, repare bem! ;)
- Dicas para quem está ou pretende ir a Salvador e quer fazer fotos em locais abertos:
- No Pelourinho, há bastante policiamento, seja nas ruas, seja nos prédios históricos, e sempre que você ver guardas é relativamente seguro fotografar. Tome um certo cuidado se você ver um grupo de turistas com guia mas sem guardas próximos; eventualmente, grupos assim são alvo de pequenos furtos. Naturalmente, evite circular tendo expostos carteira, jóias, relógios ou objetos de valor nem deixe bolsas abertas.
- Você pode fotografar dentro das igrejas históricas, mas quase todas cobram taxa de visitação. Caso não queira pagá-la, você pode aproveitar horários de missa (fotografando discretamente, é claro), ou momentos culturais. A Secretaria de Cultura promove concertos eruditos nas manhãs de domingo em igrejas históricas.
- Dentro dos museus de Salvador, não é permitido fotografar (à exceção, talvez, apenas da Fundação Casa de Jorge Amado). Você poderá fazer apenas uma foto panorâmica do ambiente, mas sem focalizar um objeto específico.
- Quase sem chance de erro, dá para dizer que se você ver policial perto ou outra(s) pessoa(s) fotografando, é um indício de bom lugar para fotografar.
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