Em dezembro de 2015, recebi em Macapá uma amiga de Salvador que incluiu em seu roteiro de lugares a conhecer o Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva. Falei pra ela que o museu merecia sim sua visita, porém se encontrava fechado desde dezembro do ano anterior. Pois bem, eis que outro dezembro se avizinha...e o museu continua fechado!
Embora eu passe frequentemente pelas imediações (o museu fica na Rua Mário Cruz, quase ao lado da Praça do Coco). só hoje fui ver esta placa com informações sobre sua reforma. O fato é que, estranhamente, a placa não está junto à entrada principal do museu, como comumente se faz, e sim na parede lateral, à Rua Binga Uchoa (antiga Independência).
Eis a placa, prometendo o final da obra para 17 de junho de 2016. Em reportagem de Fabiana Figueiredo publicada pelo G1 Amapá em maio, a Secretaria de Cultura do Amapá estimava a retomada da visitação para julho.
Aqui uma visão mais abrangente da parede da Binga Uchoa, onde está a placa:
Aqui a entrada principal do museu, à Mário Cruz. Todas as fotos deste post foram feitas hoje pela manhã.
O museu é um dos poucos prédios do século 18 preservados na capital do Amapá - os outros são a Igreja de São José, antiga catedral, de 1761, e a Fortaleza São José de Macapá, de 1782. A casa onde hoje está o museu já abrigou também a intendência (antiga prefeitura) de Macapá. Desde 1993, funciona nela o museu, cujo nome homenageia o médico e diplomata gaúcho Joaquim Caetano da Silva, cuja obra L’Oyapoc et L’Amazone, de 1861, foi utilizada pelo Barão do Rio Branco como argumento na questão territorial com a França.
Querendo incorporar parte do Amapá à Guiana Francesa, a França chegou a invadir o território brasileiro em 1895, avançando até o rio Araguari. O caso foi à arbitragem internacional na Suíça em 1900, ocasião em que Rio Branco apresentou trecho da obra de Joaquim Caetano comprovando que o limite histórico entre Brasil e Guiana Francesa sempre fôra o rio Oiapoque, e não o Araguari; o tribunal deu ganho de causa ao Brasil.
Querendo incorporar parte do Amapá à Guiana Francesa, a França chegou a invadir o território brasileiro em 1895, avançando até o rio Araguari. O caso foi à arbitragem internacional na Suíça em 1900, ocasião em que Rio Branco apresentou trecho da obra de Joaquim Caetano comprovando que o limite histórico entre Brasil e Guiana Francesa sempre fôra o rio Oiapoque, e não o Araguari; o tribunal deu ganho de causa ao Brasil.
O acervo do Museu Joaquim Caetano vai além do "histórico" presente em seu nome, abrangendo também os campos antropológico e arqueológico. Eu o considero um dos melhores museus que conheço no Brasil, e lamento profundamente que tudo isso esteja há tanto tempo longe das vistas dos moradores do Amapá e daqueles que nos visitam.
- Atualização 24.3.23: de acordo com reportagem de Weverton Façanha publicada em 1.3.23 no Portal Governo do Amapá, "O espaço foi revitalizado pelo Governo do Estado em 2022, com intervenções em sua estrutura, preservando as características originais." Leia o texto completo.
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