Amanhã, 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra, considerado feriado em um de cada cinco municípios brasileiros (oxalá em breve se torne feriado nacional). A data lembra o assassinato, em 1695, do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi.
Nascido livre em 1655, na Serra da Barriga, atualmente parte do estado de Alagoas, Zumbi foi escravizado aos 6 anos de idade, vendido a um missionário português, que o batizou e lhe deu o nome de Francisco. Em 1670, escapou ao cativeiro e foi para Palmares, onde se destacou logo por suas habilidades estratégicas e militares. Expedições portuguesas enviadas ao quilombo em 1673 e 1675 esbarraram no firme comando de Zumbi.
Nascido livre em 1655, na Serra da Barriga, atualmente parte do estado de Alagoas, Zumbi foi escravizado aos 6 anos de idade, vendido a um missionário português, que o batizou e lhe deu o nome de Francisco. Em 1670, escapou ao cativeiro e foi para Palmares, onde se destacou logo por suas habilidades estratégicas e militares. Expedições portuguesas enviadas ao quilombo em 1673 e 1675 esbarraram no firme comando de Zumbi.
Em 1678, o governador da capitania de Pernambuco (em cujas terras ficava o quilombo), Pedro Almeida, ofereceu um acordo ao então líder do quilombo, Ganga Zumba: Almeida garantia a liberdade aos negros, mediante a submissão de Palmares a Portugal. Ganga Zumba se mostrou favorável, mas Zumbi se opôs fortemente, pois almejava a liberdade para todos os negros trazidos da África para o Brasil e seus descendentes aqui nascidos. Seguiu-se então um período de disputa interna em Palmares, com Zumbi vencendo e tornando-se o novo líder do quilombo. Sob sua liderança, Palmares, que em 1630 registrara 2 mil habitantes, chegou a ter uma população de 20 mil em 1678.
Os portugueses seguiram atacando o quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694, as forças comandadas pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho destruíram Palmares, após a firme resistência de Zumbi por 22 dias. O líder negro, mesmo ferido, conseguiu escapar e se manteve escondido, possivelmente na área da Serra Dois Irmãos, que hoje faz parte do município de Viçosa, Alagoas. Delatado por Antônio Soares, Zumbi foi cercado por 20 soldados e executado em 20 de novembro de 1695. Sua cabeça foi cortada, salgada e enviada ao Recife, onde o governador Melo de Castro a deixou exposta na Praça do Carmo, tanto para desmentir a suposta imortalidade de Zumbi (crença popular que se reafirmava a cada vez que as tropas portuguesas eram derrotadas ao tentar tomar Palmares) quanto para desencorajar novas rebeliões - isto era comum no período colonial, o mesmo acontecendo com Tiradentes, em 1792. O costume chegou até o século passado, com as cabeças dos cangaceiros do bando de Lampião, derrotado em 1938, também expostas em local público.
Em 1995, 300 anos após a execução de Zumbi, o Movimento Negro Brasileiro adotou o 20 de novembro como Dia da Consciência Negra, que a partir dali passou a ser decretado feriado em vários municípios e Estados brasileiros.
As fotos do post são do monumento intitulado Homenagem a Zumbi dos Palmares, de autoria da artista Márcia Magno, e que se encontra na Praça da Sé, em Salvador, onde o fotografei em 20 de agosto de 2015.
A estátua tem 2,20m de altura e é fundida em bronze, estando assentada sobre uma base de mármore negro. Cada face da base tem uma placa. A que se vê na foto que encerra o post assinala a inauguração do monumento em 30 de maio de 2008. Seguindo para a direita, há uma placa com a biografia de Zumbi; outra com a letra de "Zumbi, a Felicidade Guerreira", música de Gilberto Gil e Waly Salomão escrita para o filme Quilombo, de Cacá Diegues (1984) - nesse vídeo, você ouve a música e vê a abertura e cenas do filme, tudo legendado em inglês. A última placa descreve a escultura, destacando que Zumbi porta "uma lança de caça e um gládio, cópia fiel do 'Mukwale', peça preciosa, utilizada por grandes guerreiros cuja decoração do cabo representa o chefe tradicional em pé e atento a qualquer circunstância".
Em 2011, réplica da obra foi doada por Márcia Magno ao Museu Afro Brasil, de São Paulo.
Em 2011, réplica da obra foi doada por Márcia Magno ao Museu Afro Brasil, de São Paulo.
- Leia no blog da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas entrevista de Márcia Magno à Folha da Bahia em 2008, comentando a concepção e execução do monumento.
- Márcia Magno também é autora do busto de Dorival Caymmi cuja foto já publiquei aqui no blog, neste post.
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