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02/03/2017

Post nº 200: Dois anos de Cinema

No domingo, 26, completaram-se dois anos do lançamento no YouTube do meu primeiro curta-metragem. Ou seja, a rigor, são dois anos de minha atividade como cineasta. É evidente que, numa arte como o Cinema, a confecção da obra antecede (às vezes de muito) a sua comunicação ao público, mas também não há dúvidas de que um filme, ou qualquer obra de arte, só se realiza de fato quando encontra espectadores dispostos a apreciá-lo. 


Exibição do filme Tia Zefa no Dia da Consciência Negra 2014 
em Paraíso (TO) - 22.7.15
(Foto: Cláudio Macagi)


Meu primeiro filme lançado, Tia Zefa no Dia da Consciência Negra 2014, fora filmado pouco mais de três meses antes do lançamento - mais exatamente em 20 de novembro de 2014, no Centro de Cultura Negra do Amapá, em Macapá. Este curta inaugurou a série "As Tias do Marabaixo", que abrangeu mais quatro filmes (Tia Chiquinha, Tia Biló, Natalina e Tia Zezé no Encontro dos Tambores). Ainda em 2015, rodei o sexta curta, Você é África, Você é Linda, em Jequié (BA). O sétimo filme, um nanometragem (filme cuja duração é menor que 1 minuto), foi disponibilizado há apenas nove dias: Vê se Vê, produzido em Porto Velho em 2014 e o único lançado no Vimeo. 

Sete filmes em dois anos me parece um saldo extremamente positivo, ainda mais se considerar que todos são totalmente independentes, sem financiamento público ou privado para sua realização (como costumo brincar, são "100% Meu Bolso Produções"). De toda essa safra, os mais vistos são os da série "As Tias do Marabaixo", que além de inúmeras exibições em Macapá entre 2015 e 2016, foram apresentados também ao público de Paraíso (TO), Salvador e Porto Velho. Houve ainda exibições para os participantes da minha Oficina de Cinema Independente, que teve duas edições até o momento - Jequié, 2015 e Belém, 2016. Em breve, deverão acontecer novas apresentações, já que o projeto foi selecionado em editais para exibição este ano em Belém e Porto Alegre. O curta Tia Biló abriu a Mostra Cine Redemoinho em Angra dos Reis (RJ) em novembro passado. 

A própria Oficina de Cinema, bem como o lançamento de seu texto-base (Cinema Independente) como e-book, é um desdobramento natural do meu trabalho como cineasta. Não basta produzir e exibir, é preciso deixar um legado - o que aprendi com o produtor cultural André Donzelli, o Porkão, grande agitador cultural de Palmas. 

Mas, ok, efetivamente são dois anos do primeiro lançamento. O que eu nunca contei antes foi que minha ideia de fazer cinema não começou quando decidi iniciar o projeto "As Tias do Marabaixo", em abril de 2014. O primeiro projeto de filme que escrevi foi em 2005, num edital do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica Clarival do Prado Valadares. O edital contemplaria o financiamento de uma pesquisa, com pelo menos um desdobramento obrigatório (a publicação em livro), porém o proponente ficava livre para sugerir outros produtos derivados. Propus então contar a história do Barra 69, como ficou conhecido o show da despedida de Caetano Veloso e Gilberto Gil, em julho de 1969, quando a ditadura militar os obrigou a deixar o Brasil. Caetano e Gil foram acompanhados no show realizado no Teatro Castro Alves (Salvador) pela banda Lief''s, integrada por, entre outros, os irmãos Pepeu e Jorginho Gomes; consta que ao final do show Pepeu foi oficialmente convidado por Moraes Moreira e Galvão para fazer parte dos Novos Baianos. O projeto se chamaria "Aquele Abraço (Barra 69)" - Gil gravou o samba "Aquele Abraço" na véspera de partir para o exílio, e lançou a música no show. 

Até onde eu saiba, nunca houve um livro no Brasil dedicado a falar de um único show (e, como meu projeto não foi aprovado, continua não havendo - risos). Pois bem: além do livro, resolvi incluir no projeto a realização de um longa-metragem de animação contando a história do show! Um projeto relativamente caro, que de fato só poderia ter sido feito caso eu houvesse vencido aquele edital. Lembro que cheguei a comentar o projeto com o próprio Gil, então ministro da Cultura, na reunião que tivemos no Teatro Apolo, no Recife, em fevereiro de 2007. Também falei dele a Moraes Moreira, quando o entrevistei por ocasião de sua apresentação na Feira do Livro de Porto Alegre de 2008 (inclusive Moraes me disse que ele e Galvão já sacavam o Pepeu antes desse show). Enfim, hoje sei que o projeto não só seria muito caro como envolveria um mar de autorizações de pessoas vivas e de herdeiros de pessoas já falecidas, sem falar nos direitos autorais da trilha sonora (minha ideia era usar como base o LP Barra 69, lançado em 1972 com o áudio de parte do show). 

Agora, a considerar o depoimento de minha mãe, minha vontade de fazer cinema vinha de muuuuito antes de 2005. Lembro que, quando lhe contei do projeto Barra 69, ela recordou uma fala minha ainda muito pequeno, da qual realmente eu não me lembrava, dizendo algo no estilo "Mãe, quando crescer eu quero fazer cinema!". E ela acrescentou que me ouviu e não respondeu, mas ficou pensando: Mas cinema é uma coisa tão cara, como é que a gente vai fazer? 

:)



Uma verdade sobre mim


01/03/2017

Tem promoção (para Belém) no Instagram! - AGUARDE ANÚNCIO DE NOVAS DATAS

OBS: Em razão da exposição que farei em Belém, a partir do dia 15 (e da qual só fui informado ontem), não será possível manter a promoção para o mês de março. Oportunamente anunciarei outra data. As pessoas que já garantiram seu desconto participando da promoção estão sendo informadas das alterações; ninguém será prejudicado. Qualquer dúvida, basta entrar em contato - Fabio Gomes, 3.3.17

Lancei ontem no Instagram uma promoção válida para este mês aqui em Belém. Para participar, clique na imagem ou neste link.

A promoção oferece descontos neste mês para contratação de meus serviços fotográficos (ensaios em estúdio ou ao ar livre, fotos para publicidade, parcerias no Instagram e até mesmo a compra de impressões de fotos publicadas no meu Instagram).

Para ter direito a 10% de desconto, basta comentar o post marcando três pessoas que você conheça que também estejam no Instagram.

O desconto pode chegar a 15% se você compartilhar o post, marcando o nosso perfil @fabiogomes.fotocinema e usando a hashtag #bemnafotobelem, para que possamos localizar o compartilhamento e confirmar seu desconto. 

Importante: para ter direito ao desconto, você precisa seguir nosso perfil. 

A data limite para garantir seu direito ao desconto é 15 de março. Já os serviços que você contratar devem ser agendados até o dia 31. 

A promoção está limitada a Belém, o que não significa necessariamente que você precisa morar aqui para ter direito ao desconto. Apenas quer dizer que o ensaio ou as fotos para publicidade/parceria serão feitas na capital do Pará. Se você reside em outra cidade mas virá a Belém este mês, pode aproveitar e participar da promoção!

Qualquer dúvida, basta entrar em contato pelo e-mail gomesfab@gmail.com 


A Semana nº 27


  • Na quinta, 23, o Bloco Bora Coisar, comandado pela cantora Emília Monteiro, agitou o carnaval de Brasília. O show foi realizado na Praça dos Prazeres. O diferencial do bloco era o repertório completamente amazônico, com Carimbó, Marabaixo, guitarrada, lambada, cumbia, zouk e muitos outros ritmos nascidos ou ambientados no Norte do Brasil. Posso dizer que tive minha parcela de contribuição ao bloco, ao menos com o nome escolhido. Conheci a expressão "Bora coisar" numa camiseta do designer Bera Áquilas, de Porto Velho. Comprei esta camiseta dele em 2012, na minha primeira viagem a Rondônia. Dois anos depois, pedi autorização para comercializá-la em Macapá, o que fez com que a camiseta aparecesse no ensaio que fiz com a modelo Suelen Leão intitulado Todo Mundo quer Amor, que acabou sendo a inspiração de Emília. O bloco estreou em 2015 e este foi seu segundo ano, já que em 2016 Emília estava em Recife cantando no Galo da Madrugada. 

  • Já na segunda, 27, outra comemoração de Carnaval com sonoridade amazônica aconteceu, desta vez em Macapá - o Carnaval Tucuju, comandado pelo Grupo Bandaia. O cartaz do evento incluiu uma foto minha - a de Elísia Congó, junto ao nome de seu grupo Raízes da Favela. Fiz a foto em 2015, durante a Campanha de Valorização do Marabaixo, uma iniciativa da própria Elísia. 



27/02/2017

Natalina, 85 anos

Uma das homenageadas do projeto As Tias do Marabaixo, Natalina Silva Costa nasceu em Macapá há exatos 85 anos, em 27 de fevereiro de 1932. À época, sua família residia na área central da cidade. Na década seguinte, o governo do recém-criado Território Federal do Amapá desapropriou as casas das famílias negras que viviam na orla central da cidade, o que levou os moradores da área a se mudarem para dois bairros novos, o Laguinho (para onde foi, por exemplo, Mestre Julião Ramos, pai de Tia Biló) e a Favela, que foi a opção de Dona Gertrudes Saturnino, mãe de dona Natalina. 

Dona Gertrudes foi a pioneira do Marabaixo na Favela, realizando as festas do Ciclo do Marabaixo em sua casa à av. Presidente Vargas até a década de 1970, quando faleceu. Desde então, dona Natalina e sua família vêm realizando as festas do Ciclo em sua casa, à av. Duque de Caxias. 

Natalina já foi homenageada por vários compositores do Amapá em suas canções. Uma delas, "Mão de Couro", de Val Milhomem e Joãozinho Gomes, é cantada em meu curta Natalina pelo grupo Berço do Marabaixo, formado por seus familiares. Na abertura do filme, a própria homenageada canta um ladrão de Marabaixo de autoria de sua mãe, Gertrudes Saturnino. 

Para homenagear Natalina neste grande dia, publico aqui as cinco fotos da exposição As Tias do Marabaixo, feitas em 2014, em que ela aparece.










Natalina e sua irmã Tia Zezé, outra das Tias do Marabaixo,
acompanham a reza da ladainha durante uma festa do Ciclo do Marabaixo

26/02/2017

Tia Zefa, 101 anos

Hoje é um dia muito especial: a data em que Tia Zefa completa 101 anos! Uma das homenageadas do projeto As Tias do Marabaixo, nasceu em Macapá em 26 de fevereiro de 1916, sendo batizada como Josefa Lina da Silva. Passou a infância no Quilombo do Curiaú (onde teve Tia Chiquinha como irmã de criação); após o casamento, foi morar inicialmente nas proximidades da orla central do Rio Amazonas, de onde as famílias negras tiveram de sair por ordens do governo do Território Federal do Amapá na década de 1940. Desde então, Tia Zefa foi com sua família para o bairro do Laguinho, onde reside até hoje.

Ao longo desse século, Tia Zefa teve atuação destacada como ladronista (ou seja, autora de ladrões de Marabaixo) e cantadeira (intérprete de ladrões de Marabaixo - "ladrão" é como se denomina uma composição de Marabaixo). Em vídeo que gravei no ano passado, Tia Biló interpreta um ladrão clássico composto por Tia Zefa: "Mamãe, Minha Rica Mãe" (veja aqui). 

Tia Zefa também se destaca na área do Batuque - inclusive no curta em que eu a homenageio, Tia Zefa no Dia da Consciência Negra 2014, ela canta várias bandaias de Batuque ao lado do Grupo de Batuque Filhos do Criaú (assim como "ladrão" é uma composição de Marabaixo, "bandaia" é uma composição de Batuque). 

O centenário de Tia Zefa foi motivo de grande festa no ano passado; a comemoração iniciou em missa oficiada na Igreja de São Benedito, no Laguinho, e entrou pela noite numa festa realizada num salão de eventos de Macapá, reunindo familiares e amigos de Tia Zefa, contando é claro com muito Batuque e Marabaixo.

Para homenagear Tia Zefa neste grande dia, publico aqui as cinco fotos da exposição As Tias do Marabaixo, feitas em 2014, em que ela aparece.



Tia Zefa (em pé) abençoa Tia Biló (sentada), sua afilhada



Tia Zefa canta acompanhada de Nena Silva,
destacado músico do Amapá e neto de Tia Chiquinha


Esta foto de Tia Zefa tem me rendido muitos elogios e chegou a ser 
lançada em cartão-postal e camiseta, em tiragens já esgotadas



Tia Zefa canta ladrões com Elísia Congó;
em segundo plano vemos Tia Chiquinha (de chapéu)


23/02/2017

Longa vida à fotografia


Em outubro do ano passado, ao participar de evento no Rio de Janeiro, o fotógrafo Sebastião Salgado fez uma previsão sombria: a fotografia não iria durar mais que 20 ou 30 anos. Ela iria perder o lugar, no entender do veterano profissional, para a imagem, que é o que você vê no Instagram ou no celular. A fotografia, para Salgado, "é um objeto materializado que você imprime, você tem, você olha".


Na ocasião, cheguei a escrever um artigo aqui no blog a respeito desse tema polêmico, intitulado A fotografia irá se acabar? - nele, estão linkados reportagens publicadas na época e até um vídeo com a fala do próprio Salgado à imprensa no Rio.

Eis que pouco mais de três meses depois, Salgado volta ao assunto, anunciando ter mudado de opinião. Isto aconteceu durante entrevista a Jorge Silva, concedida no dia 8 em Bangkok (Tailândia), onde o fotógrafo se encontrava para a abertura de sua exposição O Mundo Através dos Seus Olhos, e publicada no dia 10 no site da edição americana do noticiário da agência inglesa Reuters. Disse Salgado:

- Não acho que (a fotografia) esteja em perigo, pensei assim em algum momento, mas estava errado e retiro o que disse. Agora mais do que nunca, tem um longo futuro pela frente.

Curiosamente, na sequência do texto (leia a íntegra, em inglês, neste link), Salgado embasa sua mudança de pensamento no trabalho dos fotógrafos documentais, que, ao criar "imagens memoráveis ​​que irão sobreviver", se diferenciam das imagens-de-smartphone. Sobre estas, na prática Sebastião Salgado mantém sua opinião, já exposta em outubro: "O que as pessoas fazem com seus telefones não é fotografia, são imagens. A fotografia é uma coisa tangível, você a pega, você a olha, é algo parecido com a memória".

O texto de Silva finaliza com uma sucessão de dados que não amparam a opinião do entrevistado. Vou citar aqui os principais:

  • Estima-se que em 2017 serão produzidas no mundo mais de 1 trilhão de fotos.

  • Destas, 85% ao menos deverão ser feitas nos mais de 2 bilhões de smartphones existentes no mundo.

  • Outros 10% das fotos serão feitas em câmeras digitais (como a que o próprio Salgado usa desde 2008, combinando desde então a captação digital com a impressão tradicional em papel fotográfico).

Em suma: me parece um caminho sem volta. Quer você chame de fotografia, quer você chame de imagem, nossas lembranças serão cada vez mais registradas em meios digitais, o que não impede que venham a ser impressas em papel, que pode ser guardado. Mas imaginar que a fotografia analógica possa voltar a ser dominante me parece bem utópico.


22/02/2017

Estreando no Vimeo

Vê se Vê from Fabio Gomes on Vimeo.


Ontem pela primeira vez postei um vídeo público no Vimeo, então a rigor é minha estreia no serviço de vídeos.

Criei minha conta por lá em 2010, mais pra ver um clipe então "secreto", e meu perfil ficou parado até uns dois anos atrás, quando lancei os curtas d'As Tias do Marabaixo. O Vimeo acaba sendo a opção ideal para atender os requisitos de festivais que aceitam inscrição online, mas pedem que o filme esteja protegido por senha (o que não é possível no YouTube). 

Inclusive este é o caso do vídeo que foi tornado público ontem, uma versão 'nanometragem' do vídeo em que a Poeta Amadio declama o poema "Vê se Vê"- a diferença com o vídeo original, postado aqui em 12 de outubro do ano passado, é que no Vimeo aparecem os créditos ao final. Este nanometragem foi editado em janeiro, portanto é o primeiro material deste ano publicado aqui no blog - já tava na hora né! 




20/02/2017

A Semana nº 26

Entrou no ar hoje, 20. meu segundo texto de janeiro na coluna do Digestivo Cultural (como não postei nada por lá em janeiro, fiz dois artigos este mês para compensar). O tema? As novas declarações do fotógrafo Sebastião Salgado sobre o futuro da nossa profissão. O título? Longa vida à fotografia. Até agora, 175 pessoas já leram :) 

18/02/2017

Dois anos sem Tia Chiquinha

A notícia que ninguém esperava ouvir tornou ainda mais cinzenta aquela tarde de Quarta-Feira de Cinzas. Naquele dia 18 de fevereiro de 2015, Tia Chiquinha partia para o Céu. 

Nascida Francisca Ramos dos Santos em 26 de junho de 1920, no Quilombo do Curiaú, ao norte de Macapá, Tia Chiquinha foi um dos maiores nomes do Batuque e do Marabaixo, manifestações amapaenses de matriz africana. Viveu no Curiaú, tendo como irmã de criação Tia Zefa, até seu casamento com Maximino Machado dos Santos, o "Bolão", quando passou a morar no bairro do Laguinho, tendo retornado ao Curiaú após enviuvar. 

Eu já conhecia Tia Chiquinha por referências em canções e entrevistas de Patrícia Bastos, desde o começo do meu trabalho com o blog Som do Norte. Foi também Patrícia quem me apresentou a Tia Chiquinha, em 7 de maio de 2013, em frente à sede do Grupo do Pavão, no Laguinho; era a noite da Quarta-Feira da Murta do Espírito Santo. Depois disso, estive algumas vezes em sua casa, de modo que quando resolvi dar início ao projeto As Tias do Marabaixo eu tinha certeza de que ela deveria ser a primeira entrevistada. 

E assim, estive com a equipe da Graphite Comunicação no Curiaú gravando um longo depoimento e dois números musicais com Tia Chiquinha na manhã de 8 de maio de 2014, dando início à filmagem do meu documentário (ainda inédito). Curiosamente, foi sua casa o primeiro lugar onde fui após a gravação do último depoimento registrado, o de Tia Biló, no dia 27 de junho. Nessa data, comemorou-se os 94 anos de Tia Chiquinha, completados na véspera. 

Para homenageá-la, publico aqui as cinco fotos da exposição As Tias do Marabaixo, feitas em 2014, em que ela aparece. 




Com Laís Maciel, do grupo Raízes da Favela




Tia Chiquinha, ao fundo, aprecia o canto de
Tia Zefa e Elísia Congó (com os microfones)



Tia Chiquinha canta com o grupo Raízes do Bolão, 
formado por seus familiares, na festa dos seus 94 anos


  • Veja também o curta-metragem Tia Chiquinha, lançado em 8 de março de 2015.