No dia 3, publicamos aqui fotos de uma das duas esculturas de Léo Santana existentes então na orla de Maceió - a que homenageia Graciliano Ramos. Eis que para minha surpresa, desde a semana passada as obras do escultor mineiro localizadas à beira-mar aqui na capital de Alagoas agora são três! Sim. Além da que reverencia Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, desde a sexta, 14, há uma escultura do ator Paulo Gracindo. Vamos a elas.
A estátua de Aurélio Buarque foi inaugurada em 30 de novembro de 2015, poucos minutos depois da da estátua do Graciliano. De todas as três, é a mais propícia a selfies, pois apresenta o escritor sentado num banco de pedra junto à praia da Ponta Verde, próximo de onde ele costumava dar seu mergulho no tempo em que morou em Maceió.
Aurélio Buarque residiu na capital de Alagoas em vários períodos. Primeiro, a partir de 1923, quando, aos 13 anos, veio de Passo de Camaragibe, onde nasceu, para estudar... e ensinar: aos 14 anos já dava aulas de Português. Saiu de Maceió para estudar Direito no Recife, onde se formou em 1936, retornando para lecionar Português, Francês e Literatura no Colégio Estadual de Alagoas até 1938, quando se transferiu para o Rio de Janeiro. Depois de colaborar com diversos dicionários desde 1941, lançou o seu dicionário, considerado modelo da língua portuguesa falada no Brasil, em 1975. Eu mesmo cheguei a ter duas versões do dicionário: uma edição de bolso, apelidada Aurelinho, e o Dicionário Aurélio Infantil da Língua Portuguesa, ilustrado por Ziraldo e lançado em 1989.
Foto de 2.7.17
Nesta foto ao lado, que fiz no dia 4, pode-se notar uma falha no óculos que Aurélio segura junto ao dicionário que leva seu nome. O mesmo problema que sofre outra estátua de Léo Santana, a de Carlos Drummond de Andrade, no Rio de Janeiro: periodicamente os óculos da escultura são furtados ou danificados e precisam ser substituídos.
A estátua de Paulo Gracindo foi inaugurada na sexta, 14, com a presença de seu filho, Gracindo Júnior, e vários outros familiares, na praia da Pajuçara, próximo ao local onde ficava a casa de sua mãe. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro em 16 de julho de 1911, Paulo Gracindo se considerava alagoano, pois toda sua família era daqui e ele chegou a Maceió com poucos dias de nascido para só sair aos 20 anos, para ser ator no Rio de Janeiro, onde atuou em rádio, cinema e TV até falecer em 1995. Foi em Maceió que teve seus primeiros contatos com o teatro amador. E ele sempre se sentiu ligado a Alagoas; em cena do documentário Paulo Gracindo – O Bem Amado, dirigido por Gracindo Jr. em 2007, perguntado sobre qual seu prato favorito, o veterano ator responde de imediato: "Sururu".
Nesta foto, que fiz no sábado, 15, vemos que esta escultura tem, junto aos pés da estátua, uma placa com o nome do homenageado, o que, como falei no post sobre a estátua de Graciliano Ramos, não é usual em obras do estilo. De todo modo, já que foi aberto este precedente, renovo a sugestão para a prefeitura de Maceió colocar uma placa identificando Graciliano Ramos, pois muita gente passa por ali e não tem ideia de quem seja o homenageado.
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