20/07/2017

A difícil arte de se divulgar

No textão da semana passada, eu perguntava se fotografia é produto ou serviço (spoiler pra quem não leu: é serviço). A forma correta de se divulgar este serviço é um tema de constantes debates nos fóruns de fotografia internet afora, como o excelente Mundo Fotográfico



Quando se trata de divulgação de produto, a questão se torna um pouco mais fácil porque a compra de um produto, no fundo, é um contrato de adesão. O artista oferece ao público um produto (seja ele um livro, um CD, um quadro...) e cada um decide se compra ou não. Como o que é oferecido não varia, torna-se simples e barato massificar a divulgação do produto pela internet ou mesmo para a imprensa (trabalhei desta forma como assessor de imprensa na área cultural divulgando projetos alheios de 2006 até 2015, quando então voltei a divulgar apenas iniciativas de minha autoria). Mas a imprensa não acolhe a divulgação de prestação de serviços. 

Digamos que eu chegasse a Maceió para lançar um novo livro. A imprensa certamente publicaria notas sobre a noite de autógrafos e, quase com certeza, sobre a posterior venda dos exemplares e até de páginas na web ligadas à obra. Mas veículo algum noticiaria que o fotógrafo Fulano de Tal se encontra na cidade e está disponível para contratação (salvo se o Fulano seja uma grande celebridade, caso inclusive que nem necessitaria da divulgação via imprensa). Se um profissional, que não seja uma grande celebridade, buscar "cavar uma notinha" (como se diz no meio) para divulgar sua oferta de serviços, certamente ouvirá que o mais adequado seria publicar um anúncio no jornal...



Porém, anunciar em jornal impresso costuma ser caro e nem sempre traz os resultados esperados. Como garantir que eventuais interessados em lhe contratar vão comprar o jornal  daquele dia específico, e vão ler exatamente a página onde estiver seu anúncio? Mesmo que leia, se a pessoa não guardar o exemplar, ou mesmo aquela página, não vai conseguir localizar sua propaganda passados já alguns dias (edições online de jornais costumam omitir os anúncios). 

Em função disso, vem crescendo o uso da internet para divulgação do trabalho de fotógrafos (e de outras profissões, é claro). Mas quais são as melhores ferramentas para isto? Aí vem a famosa resposta: depende

Nos debates nos fóruns online, há quem diga que apenas com o Instagram consegue ter um bom público e, principalmente, um bom volume de encomendas. Outros recomendam o uso de várias plataformas. Quase ninguém, com exceção de mim, destaca a necessidade do uso de outros modos de divulgação, fora da internet.



Vou listar a seguir as ferramentas que eu uso, comentando os resultados que venho obtendo (ou não obtendo - risos) com cada uma.

  • Facebook - Minha fan page FabioGomes FotoCinema completou ontem 2 anos no ar. Ela serve basicamente como um mostruário do trabalho, já que permite a criação de álbuns, algo impossível nas outras plataformas que uso. Geralmente eu posto por lá links dos posts deste blog e eventualmente de outras publicações minhas ligadas a meu trabalho com a imagem, além de compartilhar fotos que eu publique em meu Facebook pessoal. Este, aliás, continua sendo o maior gerador de encomendas para mim, principalmente por meio do bate-papo. Infelizmente o Facebook abandonou um sistema que usava há algum tempo de permitir alternar identidades; você podia se conectar pela conta pessoal e depois alternar para a identidade de uma página que você administrasse. Desta forma eu poderia, então, chamar alguém no chat e apareceria para a pessoa "FabioGomes FotoCinema". Como essa alternância foi descartada pelo Facebook, ou o internauta inicia a troca de mensagens na minha página, ou sempre que eu chamar alguém será via conta pessoal (uma mistura entre o pessoal e o profissional que parece mentira ter sido pensada por norte-americanos). Outra coisa inexplicável é a separação que o Face fez, não sei quando nem por quê, entre ter uma conta no site e usar o Messenger; não consigo conversar no bate-papo com vários contatos meus, potenciais clientes, porque eles não têm, ou tinham mas desinstalaram... o Messenger. Mas, enfim, somando tudo é inegável que é do Facebook que vem quase a totalidade do tráfego do meu blog, e a maioria dos meus negócios fechados online. 

  • Blog - Tenho esse blog desde 2016 - próximo domingo a página completa 1 ano e 1 mês no ar. A grande vantagem é a liberdade que tenho de publicar o que quiser (as redes sociais costumam ter um código bem moralista do que pode ser postado), do tamanho que eu preferir, e organizado como preferir (um post como este, com texto e fotos se alternando, seria impossível no Facebook). A audiência já foi maior, e o blog ainda não tem gerado negócios diretamente, mas eu não pararia de fazê-lo, devido à liberdade editorial que já mencionei. De todos os espaços online comentados no post, pode-se dizer que este é o espaço que eu considero mais "meu". 

  • Instagram - A grande vantagem do Instagram é priorizar as imagens. Quem acessa o seu mural tem já de cara uma boa amostra do seu trabalho. Isto não chega a ser uma novidade; outros serviços que já usei e abandonei (ex: Pinterest, Flickr) funcionam assim, porém, ao contrário destes, que são usados basicamente por fotógrafos e designers, o Instagram é muito mais plural: praticamente todo mundo está lá! Através do "Insta", até agora, me chegaram algumas propostas de parceria, não contratos; porém recebo em meu blog algum tráfego gerado pelo Instagram. Mas de todo modo eu também não sairia do "Insta", pois é de longe o espaço onde atinjo mais gente, do mundo todo! A desvantagem que tenho é, espero, passageira: uso o Instagram pelo notebook, através do programa InstaPic, cuja última atualização simplesmente me impediu de usar o Direct (o link para o serviço está lá, mas não consigo ver as mensagens que recebo ou que eu mandar - sim, o negócio tá tão louco que eu consigo mandar mensagens, mas não as vejo, nem suas respostas!). 

  • Twitter - De uns meses pra cá, quando publico links dos posts do blog ou do Instagram no Twiter, tenho incluído a imagem original, o que tem pelo menos deixado meu mural mais colorido (risos), mas quase sempre sem curtida alguma. O Twitter até gera algum tráfego pro blog, porém sua participação no quesito "gerar negócios" é nula. 

  • Site - Registrei, ainda ano passado, o domínio fabiogomesfotocinema.com.br. A principal vantagem hoje é que ele é mais fácil de divulgar que o endereço do blog ou o da fan page. Mas ainda não parei para desenvolver a página propriamente dita, por isso se você clicar no link será redirecionado para o blog. Realmente preciso resolver esta questão.

Sobre as ferramentas offline, falamos na próxima quinta, combinado?
  • Atualização 27.7.17: Leia aqui a segunda parte do texto



* Fotos feitas na Praia da Ponta Verde, Maceió, em 12.7.17; 
a imagem final, no mesmo local, em 10.7.17


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