27/11/2019

Rapidola: Por quê? Como? O quê? (2)


Ontem, na parte 1 deste texto, falei de como eu havia iniciado um garimpo de frases ligadas à Fotografia, postadas em meu Facebook pessoal, e de como repentinamente o garimpo tomou uma nova direção. 


2 - Como?


"Tenha um hobby"

E que nova direção foi esta? Para explicar melhor, é necessário mencionar um vídeo postado pelo consultor e palestrante Eduardo Mesquita no IGTV em 27 de outubro, intitulado "Tenha um hobby". É preciso dizer também que, exatamente nessa ocasião, eu estava seguindo de certa forma um conselho que recebi de Mesquita há mais de dois anos: o de gravar regularmente vídeos para postar nas redes sociais.

Evidentemente que equipamento para fazer isso eu tenho, apenas não costumava gravar esses vídeos com frequência, até pouco tempo, porque não me agrada gravar apenas por gravar, o que poderia me levar a compartilhar detalhes da minha rotina diária irrelevantes para quem fosse assistir. Mas, como dizia, nesse período estava gravando vídeo todo dia para os Stories do Instagram por ter algo a divulgar: a minha Promoção Verão de ensaios fotográficos para Maceió. Aproveito para agradecer à minha modelo parceira em Alagoas, Larissa Nayane, haver sugerido o nome da promoção, além de me auxiliar divulgando a iniciativa.

A fim de esclarecer dúvidas sobre a promoção, fiz vídeos diários para os Stories entre 25 de outubro e 1 de novembro. Antes mesmo de gravar o último vídeo, eu já estava apaixonado pelo processo em si de fazer essas gravações e postagens todo dia, e me perguntava de que forma poderia dar continuidade a isto. Principalmente depois de ver o vídeo do Mesquita. Lembrei de várias experiências de produção de conteúdo para as redes; quero citar especialmente duas.

Uma é o quadro  "Liège Canta", em que a cantora Liège pede a seus seguidores que sugiram músicas para ela cantar nos Stories do Instagram - e, mesmo Liège sendo uma compositora de mão cheia, o quadro está aberto para pedidos musicais os mais diversos. A outra experiência nasceu nos Stories e recentemente chegou ao IGTV: falo do FemiNews, um informativo com as principais notícias de cada semana destacando lutas e conquistas feministas. editado pela cantora Lívia Mendes.

Impossível  não pensar também no canal Buenas Ideias, que o jornalista Eduardo Bueno mantém no YouTube, falando de História do Brasil - embora nesse caso estejamos falando no tema principal da carreira de Bueno há décadas, o fato é que por esses dias eu estava justamente maratonando os episódios do programa "Não Vai Cair no Enem", que Bueno apresenta em seu canal, e pensando sobre qual tema eu poderia fazer uma série de vídeos também. (Um parêntese: no âmbito do canal, as rimas improvisadas com que Bueno abre cada programa poderiam, a meu ver, ser consideradas um hobby.)

Enfim, foi nesse fluxo de pensamento que eu estava às 13h45 do dia 30 de outubro, quando encontrei no meu garimpo do Facebook a seguinte nota:

Gois na Flip 

Adriana Calcanhotto, responsável pela seleção dos poemas e ilustrações da “Antologia ilustrada da poesia brasileira”, que a Casa da Palavra lança na Flip, está frustrada. Não conseguiu incluir na obra versos de Cecília Meireles e Manuel Bandeira por causa de questões de direitos autorais.

— Descobri por que há poucas antologias. A burocracia é tanta para conseguir a cessão dos poemas que é fácil desistir da ideia.

(Ancelmo GoisO Globo, 3.7.13)


De imediato me veio à mente a resposta para a minha busca: eu poderia gravar vídeos lendo poesias brasileiras que já se encontrem em domínio público, contornando assim a dificuldade encontrada por Adriana Calcanhotto. Além dos vídeos com os poemas em si, me ocorreu gravar também outros, um para cada poema selecionado, contando um pouco da vida e da obra de seu autor.

Embora de fato esta ideia tenha me entusiasmado de imediato, segui no garimpo de frases ligadas à Fotografia. Porém, o tema "poesia - gravar - vídeos" já estava em minha mente como o passo seguinte, de modo que ler os pequenos poemas que, com maior ou menor frequência, eu venho publicando no Facebook desde 2012, foram me levando a uma mudança - ou melhor, uma ampliação - de planos: além de gravar poemas clássicos, eu iria também, pela primeira vez na vida, gravar poemas de minha própria autoria.

A evolução das ideias foi vertiginosa: em 3 de novembro, ao perceber a quantidade de poemas existentes no meu Facebook (eu sinceramente achava que eram muito menos), cheguei a cogitar de publicar uma antologia; no dia seguinte, já me propunha a gravar um vídeo semanal com eles, num processo complementar ao da gravação dos clássicos. Em função dessa ideia, segui gravando pequenos vídeos para os Stories nesses dias, sem entretanto anunciar nada do projeto de poemas. 

Então me preparei para no dia 12 de novembro gravar 6 poemas de cada (meus e clássicos), além de 6 programas comentando os clássicos. Aluguei um quarto por um dia numa pousada aqui em Maceió mesmo e...

... quando cheguei lá, soube que a pousada estava sem internet. Pensei rápido, se valia mesmo a pena ficar (eu ainda não havia pago) e concluí que sim, afinal poderia gravar os meus próprios poemas. Para os clássicos, em especial para os programas comentando, é que era imprescindível a conexão com a web (quero fazer um programa como se estivesse conversando com os espectadores, e não lendo um texto de cabo a rabo). Nos dias seguintes, gravei, em casa mesmo, a locução d'"O Navio Negreiro" e editei os vídeos, definindo então a estreia do autoral na segunda, 18, e o clássico, entrando como especial, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.


Amanhã, na conclusão do artigo, saiba porque o Rapidola 
tem este nome, e conheça minha trajetória poética

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