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23/10/2019

Exibições em Cuiabá e Paraíso

Um destaque na minha recente viagem foram as exibições de meu curta-metragem Visitando os Tukano-Dessana em Cuiabá (MT) e Paraíso (TO), constituindo-se assim num minicircuito de lançamento da obra. Foi a primeira vez que tive filme exibido no Mato Grosso. Já em Paraíso a exibição aconteceu na Oficina Geral, o mesmo lugar onde em 2015 fiz a primeira apresentação dos curtas d'As Tias do Marabaixo fora do Amapá. 


O curta na tela da Oficina Geral (foto: Fabio Gomes, de celular)


Se na viagem de 2015 a minha prioridade era agendar sessões dos curtas das Tias durante a própria viagem (fosse para exibição imediata, o que ocorreu em Salvador e Porto Velho, seja para agendar uma volta, o que acabou não se confirmando em lugar nenhum), desta vez eu já fui para a estrada com as sessões agendadas. O que também não chegou a ser inédito na minha carreira, pois foi o que fiz já em 2015 em Paraíso mesmo: definir os locais e datas possíveis para a exibição, ficando apenas a data exata a ser confirmada de acordo com o decorrer da viagem. 

Uma coisa muito interessante proporcionada por estas exibições - interessante ao menos para mim, autor do filme - é que até então eu nunca havia visto meu próprio curta em tela grande, nem junto a outras pessoas, já que todas as outras exibições, seja em festivais ou em eventos culturais, aconteceram em locais onde eu não me encontrava. É indescritível a sensação de, por pouco mais de 13 minutos, você saber que todos os presentes naquele ambiente estão prestando atenção a algo que foi filmado, editado e pensado por você! :)  

Em Cuiabá a exibição aconteceu na noite de 9 de outubro, no Museu da Imagem e do Som de Cuiabá. Haveria uma outra sessão à tarde, para escolas, mas não houve agendamento. O filme em Mato Grosso atraiu uma plateia ligada às artes cênicas e visuais, que permaneceu (em parte) debatendo comigo o tema do curta durante mais de meia hora - ou seja, um tempo superior ao do próprio filme. Atribuo esse grau de interesse a três fatores: todos da plateia serem artistas, o fato de a questão indígena estar sempre no noticiário ao longo deste ano e a própria existência de muitos povos indígenas no Mato Grosso, estado onde se localiza o Parque Indígena do Xingu, a maior reserva indígena do mundo. As fotos são do debate pós-exibição e foram feitas por Carol Damasceno, que também é a pessoa a quem devo agradecer a articulação para incluir meu curta na agenda do MISC.



Já em Paraíso a sessão aconteceu no último sábado, 19 de outubro, também à noite. Entre os presentes havia pessoas que foram especialmente para ver o filme (lembro de um espectador que, de tão interessado que ficou, chegou a se levantar para filmar com seu telefone alguns trechos das danças indígenas apresentadas) e também frequentadores da Oficina Geral, que só ao chegar ao local souberam que um filme seria exibido na ocasião. Tenho a grande alegria de dizer que minha obra agradou a ambos, pois fui aplaudido por todos os presentes ao final da sessão. Não chegou a haver debate, talvez porque minha fala pré-exibição tenha sido esclarecedora o suficiente. É desse momento inicial a foto a seguir, de autoria de Gaby Santtos, a quem agradeço. Também fico muito grato a Cláudio Macagi, proprietário da Oficina Geral, que desde o primeiro contato topou exibir o curta e me deu todo o suporte durante a minha breve estada em Paraíso neste final de semana que na prática marcou o final da minha viagem, pois saindo de lá fui para Palmas buscar minha bagagem e tomar o rumo da rodoviária para embarcar no ônibus para Maceió. 




Em tempo: após a exibição do filme, todos os presentes puderam apreciar o som do cantor e compositor Rivaz, que interpretou clássicos nacionais e internacionais no melhor estilo voz-e-violão. Abaixo, um registro que fiz, com meu celular, de sua apresentação. Durante a exibição do curta, Rivaz foi um espectador atento e demonstrou ter apreciado a musicalidade do povo Tukano-Dessana.




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