Eu com Tia Chiquinha
- Curiaú, Macapá, 7.5.14
(Foto: Graphite Comunicação)
(Foto: Graphite Comunicação)
Há exatos dois anos, em 8 de março de 2015, lancei meu segundo curta-metragem. Intitulado Tia Chiquinha, homenageava a matriarca do Curiaú, falecida apenas 18 dias antes, em plena Quarta-Feira de Cinzas (na foto acima, estamos os dois, ao final da entrevista que gravei com ela para o meu documentário inédito As Tias do Marabaixo). Já falei recentemente de Tia Chiquinha aqui no blog, quando sua partida deste mundo completou dois anos. Se volto ao assunto, é para registrar uma reflexão que me ocorreu esta noite, quando pensava no que eu poderia postar no blog sobre o Dia Internacional da Mulher.
Constatei que, dos meus sete filmes já lançados de 2015 para cá, TODOS são protagonizados por mulheres. Os cinco primeiros foram dedicados às Tias do Marabaixo. O sexto, Você é África, Você é Linda, a única ficção até o momento, tem duas mulheres falando sobre um drama infelizmente nada fictício - o racismo, traduzido no bullying sofrido por mulheres afrodescendentes que assumem seu cabelo com os cachos e crespos naturais, saindo portanto do "padrão" do cabelo liso. E o mais recente, Vê se Vê, traz a Poeta Amadio recitando.
A predominância de mulheres afrodescendentes em minha cinematografia não foi algo planejado. Mas posso considerar o fato uma consequência direta da minha formação. Minha mãe, filha de negro com alemã, sempre me relatou as dificuldades que enfrentou por ser uma mulher mestiça num meio social machista e racista. Talvez fazer estes filmes seja uma forma de honrar seu legado e animar outras mulheres a prosseguirem nesta luta.
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